EeB espaço cinematográfico: O mundo laboral (apêndice)

Andei nestas últimas semanas a voltas com o tema do trabalho (daquela maneira e graças ao Dr. Dalalalcol, naturalmente): as relações laborais, a hierarquizaçom profissional, as origens e rações da estruturaçom da empresa moderna etc.

Casualidades da vida, ontem deu-me por ver um filme com o que tinha gana de cumprir desde há algum tempo (apesar de nom lembrar ao detalhe o seu argumento): "El método", do director Marcelo Piñeyro (com o "y" grego no apelido galego parece mais mágico, nom si?), quem assinara anteriormente uma outra película bastante potável ambientada na Argentina dos tempos da ditadura ("Kamchatka").

E foi, como dixem antes, uma dessas casualidades engraçadas ("qualquer parecido com a coincidência é simples casualidade", Alter-Ego dixit) que se passam de vez em quando, já que esta película trata também aspectos de permanente actualidade (ainda que se estreara a finais de 2005) em quanto às relações laborais e até donde estamos dispostos/as a chegar para triunfar nos nossos propósitos.

Como todo filme com base numa obra teatral ("El método Grönholm", de Jordi Galcerán Ferrer) assegura-se um guiom trabalhado e ambicioso. Porém, pola informaçom que recolhim, o guiom da obra original explora mais um pouco o lado humorístico e consegue de melhor maneira esse jogo de contrastes necessário entre os e as personagens. Mas isso é opiniom da alteridade, assim que fica no mar dos "podequeísmos". Assim é todo, o filme reconciliou-me por apenas duas horas com o cinema "espanhol" (se calhar, melhor chamado "hispano" ou ainda "latino", se queredes, já que o director é argentino e também um dos actores, ademais de ser uma co-produçom "italoargentinhola". Mas o grosso do reparto e a ambientaçom é typical spanish, assim que...).

No médio duma manifestaçom anti-globalizaçom nas ruas de Madrid, sete aspirantes a um posto numa multinacional assistem num arranha-céus de oficinas a uma prova de selecçom de persoal. Numa sala como outra qualquer duma empresa "ao uso", os sete aspirantes começam por se relacionar de maneira coloquial e despreocupada mentres aguardam que uma secretária lhes comunique o começo do processo e os seus requisitos. O método escolhido para a selecçom será o "Método Grönholm", do qual ninguém dos presentes tinha ouvido falar, ainda que vagamente algum o relaciona com certas práticas internas dos militares e das empresas estadounidenses.

Pronto vam sabendo em que consiste o dito método: vam ser eles/as próprios/as (cinco homens e duas mulheres) quem terám de ir eliminando aspirantes prova a prova, numa feroz batalha psicológica carente de escrúpulos que os/as fará passar dum ambiente inicial distendido e inocente a um jogo de disputas, alianças pontuais, ambições particulares e defesa do "círculo próprio" que os/as há levar ao limite das relações humanas, enquanto a paranóia e um primário instinto possibilista pairam no ar (há alguém a os observar? estám sendo gravados/vigiados? há uma "toupa" entre eles/as? pode-se confiar em alguém? qual é a melhor estratégia para a supervivência?...).

O filme resultou-me imensamente atractivo e bastante dinâmico, apesar de se desenvolver em apenas um par de estâncias fechadas, e tem o engadido de contemplar personagens-tipo (o snob, o machista, o pelota inseguro, a calculadora etc.), o que acentua, penso eu, a comicidade e a tensom a um tempo. Cousa curiosa.

O reparto é bastante potente em termos de nomes conhecidos, mas eu quedo com a interpretaçom de Ernesto Alterio e Najwa Nimri nos papeis principais, sobretodo do primeiro (com um Eduard Fernández um tanto anódino por vezes, mas pontualmente efectivo), e de Adriana Ozores e Carmelo Gómez nos secundários.

Há moita filosofia na película a respeito da alienaçom social e faz matinar no mundo que o capital tem criado e a rede de ambições tam primárias e limitadas como reconfortantes que tem tecido (e com as que case todo o mundo comunga sem dissentir uma miga). Trata-se, em definitiva, na minha opiniom, do insucesso do ser humano fronte ao selo que a sua própria evoluçom lhe tem imprimido. O infeliz e produtivo sucesso da comercializaçom das suas bondades e o apagamento das suas potencialidades. Somos, já que logo, capital humano... ou nom?

Valoraçom: 4 Pako Vásquez sobre 5

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