Cuando el mundo es (reiteradamente) gilipollas: Club Financiero de Vigo (1ª parte)

Algo se deve estar a mover no mundo da direita galega que nom andam bem a gosto. Semelha que há alguma cousa que lhes prói e nom os deixa dormir "como Dios manda". Essa cousa, já vo-lo digo eu, chama-se (e sempre se há de chamar) el puto gallego.

Esta genreira sempiterna adoptou moitas e variadas formas ao longo da história e múltiplos mecanismos e grupos (mediáticos e nom-mediáticos-mas-convertidos-em) fôrom-se sucedendo na procura do que ningum dos sucesivos acomplejados promotores do auto-ódio se atreveu nunca a confessar: a desapariçom da língua galega, por absurda, própria de pobres, inculta, bárbara, inútil e... já dixem língua de pailáns? Bom, parecido...

Agora aterrou outro grupalho a participar da festa e a resolver o enigma, desta vez (pretensamente) desde o ponto de vista económico (despois haveremos de ver que de economia mais bem pouco ou nada). Senhores/as, o Club Financiero de Vigo is in the city!

Yo te quiero mucho, pero creo que es mejor que salgamos con otras personas.

Toda ruptura, quando se pretende nom traumática, tem de começar com uma mentira (piedosa, dizem alguns, embora eu nom acho qual é a diferença, a nom ser talvez a maior comodidade moral para o emissor ×eu minto-te e ti pensas que é polo teu/nosso bem, mas o certo é que é só polo meu próprio×).

O intensamente divertido e filologicamente tragicómico documento publicado onte polo CFV nom podia deixar passar a oportunidade de se exprimir na mesma maneira do que outros "antecessores-pola-causa" já tenhem feito e manifesta, ao primeiro, a sua "cómoda posiçom moral": «Antes de entrar nas razóns que aconsellan facer pública a nosa posición neste tema, queremos deixar claro que está fóra de toda dúbida a nosa defensa do patrimonio histórico e cultural de Galicia». Pois eu nom fiquei nada iluminado pola evidência, ouça!

«Que Galicia sexa unha comunidade bilingüe debería ser unha vantaxe, e difícilmente pódese xustificar que a preservación dunha lingua *poda converterse nunha *cortapisa para a aprendizaxe e a 'competencia' noutras». [*poida/atranco]

O curioso é constatar como mais adiante, finalizado o engraçado discurso da tolerância (negros para Francia) e o respeito total cara a todo quanto vive, respira e é diferente, o resaibo que fica nos beiços é bem distinto...

El gallego es un idioma de paletos que no sirve para los negocios ni para alcanzar la gratificante vida de nuevos-ricos que todos deseamos para nuestros hijos.

«Como responsables da educación das futuras xeracións, pais, administracións e educadores deben esixir e fomentar un ensino que *garanta competencia suficiente aos nosos fillos para *enfrontarse aos retos do presente e do porvir. E isto *difícilmente será acadado coa imposición de medidas que limitan a aprendizaxe de materias tan fundamentais nestes momentos como os idiomas». [*lhes garanta/defrontarem os/dificilmente]

Quais som essas medidas e quais esses limites? Por que nom se citam? Há que intui-los? Que eu saiba desde há um par de anos cara a aqui estam-se a implementar diversos projectos muito ambiciosos para dar aulas básicas, dessas denominadas "importantes" polos sábios, (física, matemáticas...) no ensino secundário em vários idiomas estrangeiros: inglês, francês, etc. Como é que esse tipo de medidas poderiam empecer a aprendizagem de línguas?

Imos ser maliciosos. Se cadra com essa imposiçom referem-se ao Decreto 124/2007 (também conhecido como "decreto do 50%"), que tenta fixar a aprendizagem da língua galega no ensino regrado nuns mínimos que só superam lastimosamente os do decreto anterior (1995), o qual reservava um terço (33,3%) do total para as matérias que deviam ser ministradas na língua própria da Galiza, e ainda mesmo sem contar que a Inspecçom educativa detectara incumprimentos desses mínimos (moi mínimos) em polo menos 120 centros galegos.

Já que logo, u-la imposiçom?

Eu pergunto-me por que todos estes auto-denominados vultos da democracia e o respeito constitucional, defensores deste novo conceito do "bilinguismo histriónico" (ni contigo ni sin ti, aunque bueno, mejor sin-ti) podem opinar nas palestras públicas, podem "construir verdade" com a conivência dos meios (que também preconizam nom sei que ideias do multi-culturalismo e tal, e afinal participam religiosamente no reparto do "pastel", isto é, as ajudas públicas polo fomento (?) do galego, enquanto "filtram" deseguido as típicas cartas ao director medíocres e iterativas nos mesmos prejuízos de sempre) e mentres tanto nom se lhe dá espaço "à outra parte"? Seguramente porque, por sorte, nom vivemos num estado fascista como "os de antes" (ainda que moitos destes "constitucionalistas" o estranhem) e toda esta grea de salvadores da pátria podem participar com total liberdade nos foros públicos. Mas possuir os meios e ter os quartos para visibilizar-se, outorga uma posiçom de partida um tanto favorável, nom si?

Hay que dejarse de sensacionalismos y folklorismos para abrazar la cultura del progreso.

«A experiencia doutros países, que, *sen renunciar á defensa das súas linguas vernáculas minoritarias, optaron pola súa difusión sen imposicións, debería servirnos como referente». [*sen renunciaren]

Defensa da língua vernácula minoritária. Bom. Daquela essa língua vém sendo? Porque aqui há que achegar dados contrastáveis (censo oficial, Atlas linguístico da Galiza, etc.), e estes dados, por desgraça para o CFV, nom som demasiado válidos para apoiarem as teses "linguicidas" desta "barraquinha" de empresários-filólogos... Porém, a dialéctica de taberna ainda segue a ser um bom recurso quando nom se tenhem dados reais válidos (Pues yo conozco a una persona que... donde "yo conozco"="¡esto es así en todo el mundo y a tomar por culo, joder!").

Doutra parte, ainda nom nos explicarom como é que essoutros mágicos países defendem as suas línguas vernáculas sem imposiçons... com margaridas arreboladizas guardadas em formosas e imaculadas cestas de vímbio com um laço que se distribuem à porta dos colégios para formar bucólicos "quadros sem marco"? com estátuas a cultos/as e valorosos/as homens e mulheres "icone" mortos/as? com portadas de importantes jornais em idioma vernáculo o dia do orgulho pátrio? com certames populares de palavras bonitas da língua dos "antergos"?... como é que se defende algo deixando-o morrer?

«A nosa postura, xa que logo, non está sostida en criterios de carácter ideolóxico ou político».

Pois daquela em quais está baseada? Porque em critérios filológicos ou sociológicos bem se vê que nom...

«Non está no noso ánimo entrar no debate sobre cal é a lingua dun territorio: en primeiro lugar, porque partimos da idea de que non son os territorios os que posúen linguas, senón as persoas».

Efectivamente, os territórios nom possuem línguas, mas as pessoas. Plenamente de acordo. A partir de aqui, as ditas pessoas constituem-se, pola língua em que se exprimem, num grupo mais amplo denominado comunidade linguística ou comunidade de fala, isto é, um conjunto de pessoas que compartem uma mesma língua. Esta língua é no contexto da Comunidade da Galiza, através da história e segundo a realidade sociolinguística maioritária actualmente (ainda que os empresários burgueses teimem em nega-lo), o galego.

«En segundo lugar, porque *ademáis, sendo as linguas patrimonio das persoas, en Galicia conviven centos de miles de galegos que teñen como lingua propia o galego, e centos de miles de galegos que teñen como lingua propia o castelán. E tanto unhas como outras, teñen o dereito a expresárense no seu idioma e a que os seus fillos sexan educados na lingua materna, sexa esta cal sexa das dúas oficiais en Galicia». [*ademais]

Deixando de lado neste ponto qual é o grupo maioritário, para que nom se confunda o tema com um mal entendido totalitarismo linguístico, este sofisma é actualmente, de tam repetido, case sentido como um feito indiscutível polo que há que lutar e nom deixar-se assovalhar, quando a realidade é, com efeito, que o tal direito já pode ser exercido desde há tempo; para além de que a verdade realidade é que essa asseveraçom é algo embusteira, porque esses direitos que se preconizam já estám, amais, recolhidos na lei. Vejamos o que diz o ponto primeiro do art. 7º do Decreto 124/2007 já referido anteriormente:

Artigo 7º.- Educación infantil.

1. Na etapa de educación infantil, o profesorado usará na clase a lingua materna predominante entre o alumnado, terá en conta a lingua do contorno e coidará de que o alumnado adquira, de forma oral e escrita, o coñecemento da outra lingua oficial de Galicia, dentro dos límites propios da correspondente etapa ou ciclo. No caso de contornos castelán falantes, a utilización nesta etapa da lingua galega como lingua de comunicación e ensinanza será, como mínimo, igual á da lingua castelá. Fomentarase a adquisición progresiva da lectura e da escritura en galego, no sentido de que este se convirta no idioma base da aprendizaxe, de xeito que o alumnado obteña unha competencia que lle permita comunicarse normalmente en galego co alumnado e o profesorado.

Logo os direitos dos filhos de todas as famílias galegas, seja qual for a sua língua veicular, já estám (sempre o estiveram) contemplados. Dos direitos de cada quem para se expressar em galego ou em espanhol coido desnecessário comentar qualquer uma cousa, já que ninguém foi detido nunca por falar num ou noutro idioma (nos tempos da democracia borbónica, refiro-me), ainda que algumas pessoas galego-falantes si que conhecerom a sensaçom de se sentirem estrangeiras na sua própria terra... testemunhos há de abondo. Só cumpre querer vê-los e aceita-los.

[Esta análise continuará numa vindoura entrega, a partir do humorístico ponto do devandito documento titulado: "Lingua e liberdade. Un apunte", onde as brilhantes brincadeiras continuam sem descanso. Obrigado pola leitura, confesso que desta vez vou tentar desbotar todos e cada um dos absurdos argumentos que os defensores do espanhol como idioma útil e único da Galiza defendem com ânsia e as mais ruins falsidades, para nom ter que volver repeti-las nunca mais.].

0 comentários:

Designed by Posicionamiento Web | Bloggerized by GosuBlogger