EeB espaço cinematográfico: miradas que dizem

Uma cousa tenho eu clara a respeito da sétima arte: estamos a viver actualmente a era da arte 7.b, que paseninho foi rubindo qual felino até galgar de pleno direito ao primeiro chanço do andel, galeria formosa de esplêndido fulgor hipnótico. Refiro-me, falando em cristão (como gostam de dizer pletóricos os da Galáxia idiomática), a que o cinema tem deixado passo, case sem notícia e quem sabe se com/sem retorno, o seu lugar ao mundo dos micro-filmes (assim soa muito mais conspirativo), esse compêndio breve e encavalgante de micro-histórias e mini-vivências constituído polas séries de TV.

Mas da minha actual predilecçom polas séries e da sua análise por géneros já falarei noutro momento. Hoje quero ser/estar mais melancólico e vou recuperar a fé naquela vetusta mãe da imaginaçom (direita e acomodada) por uns minutos. E para isto vou falar-vos da última quase-obra-mestra que tenho visto: "El secreto de sus ojos", película case totalmente argentina a nom ser polos quartos que o Ministerio de Cuidado con la Sangre espanhol lhe achegou ao projecto. Assim e todo, o reparto, a direcçom e a inspiraçom do filme som próprios daquele contexto e daquela sensibilidade... e acho que por isso resolveu-se a cousa como foi, felizmente.

Nom quero fazer aqui uma análise exaustiva do trabalho profissional das partes implicadas. Isso pode-se topar em múltiplos espaços dedicados integramente a estes labores, muito mais competentes do que eu sou. Mas sim quero dedicar-lhe um tempo (que che roubo a ti que estás a ler, se for que existes) ao comentário de certos aspectos desta película que me atrapárom por completo.

O actor e a actriz principais, Ricardo Darín (Benjamín Espósito, funcionário judicial) e Soledad Villamil (Irene Menéndez, Secretária do Julgado) estão brilhantes, factor essencial para o sucesso final do que se quer expor. A cumplicidade que acadam é notória até para uma persoa sem conhecimentos profundos no complexo mecanismo que se tem de engrenar neste trabalho, como sou (ou fui) eu neste caso. "El secreto de sus ojos" foi o paradigma que o seu director e co-guionista, Juan José Campanella, decidiu e essa importância das miradas (e ainda dos gestos) foi que os/as seus/suas dirigidos/as interpretárom... magistralmente acrescentaria.

Os secundários estão igualmente sublimes, especialmente Guillermo Francella (Sandoval, o incondicional companheiro de Espósito, alcoólico irreparável) e Javier Godino (Isidoro Gómez, no infame papel de violador e assassino).

A história desvela em retrospectiva, como Espósito, já jubilado, tenciona escrever uma novela a partir dum caso passado de violaçom e morte duma rapariga no seu apartamento. Em contínuo paralelismo com o tempo da história, o tempo cronológico desloca-se até os anos da investigaçom, sempre com o pressente como referência necessária. Assim é que se constrói o tecido de relações entre personagens e a importância das suas vivências compartidas faz-se fulcral.

A história principal tem todo o que um bom "thriller" necessita, ao meu ver: progressividade (ou escalabilidade, adoptando o termo informático), coerência, mistério e inclusive giros inesperados.

Porém, na minha opiniom, som as tramas secundárias ou sub-tramas as que encerram case toda a carga emocional do filme. Os diálogos som ágeis, inteligentes e profundos quanto mais sinópticos e direitos (lo peor de todo es que me la voy olvidando de a poco... y ya no sé si es un recuerdo o el recuerdo de un recuerdo lo que me va quedando; cómo se hace para vivir una vida vacía, cómo se hace para vivir una vida llena de nada?; no le dé mas vueltas, va a empezar con que si hubiera estado, si no hubiera estado... va a tener mil pasados y ningún futuro. No piense más, se va a quedar sólo con recuerdos) e, sobretudo, som sinceros. O encontro final entre Espósito e Irene é tam real, tam possível, tam palpável; condensa tantas emoções coibidas rompidas em tam esperado estalido, que um nom pode mais que vê-lo, assimila-lo em silêncio e pensar: isto é arte porque isto está vivo, existe, é meu para sempre.

Isto foi para mim, "El secreto de sus ojos". Graças a segredos compartidos como este o meu mundo edifica-se com certezas e, o que é mais desafiante, também com miradas, com sussurros e intuições. E um já nom sabe se é que cresce, muda continuamente ou fica no mesmo lugar chantado para sempre com um cúmulo de pesos-vivos na mala.

E um já nom sabe se nada cambia ou tudo permanece.

Valoraçom EeB: 9 Pako Vásquez sobre 10 (e por que nom é de Stanley Kubrick)



Across The Universe

Words are flowing out like endless rain into a paper cup,
They slither while they pass, they slip away across the universe
Pools of sorrow, waves of joy are drifting through my open mind,
Possessing and caressing me.
Jai guru de va om
Nothing's gonna change my world,
Nothing's gonna change my world.
Nothing's gonna change my world
Nothing's gonna change my world.

Images of broken light which dance before me like a million eyes,
That call me on and on across the universe,
Thoughts meander like a restless wind inside a letter box they
Tumble blindly as they make their way
Across the universe
Jai guru de va om
Nothing's gonna change my world,
Nothing's gonna change my world.
Nothing's gonna change my world.
Nothing's gonna change my world.

Sounds of laughter shades of earth are ringing
Through my open ears inciting and inviting me
Limitless undying love which shines around me like a
million suns, it calls me on and on
Across the universe
Jai guru de va om
Nothing's gonna change my world,
Nothing's gonna change my world.
Nothing's gonna change my world.
Nothing's gonna change my world.

Jai guru de va, jai guru de va
jai guru de va, jai guru de va
jai guru de va.

Jai guru de va, jai guru de va.


(Traduçom ao espanhol)

Mais informaçom sobre "El secreto de sus ojos", em La Butaca.

0 comentários:

Designed by Posicionamiento Web | Bloggerized by GosuBlogger