Cuando el mundo es gilipollas: George Steiner

"A verdade absoluta nom existe; e isto é absolutamente certo" (anónimo)

George Steiner tem uma profissom das que eu considero "engraçadas", junto à de psicólogo-escritor, alcaide-promotor e outras.

George Steiner é filósofo, especialista em literatura comparada.

A minha teoria (que como "autofilósofo" que som tem a mesma importância do que uma pedra no caminho) é que só se pode chegar a "viver" da filosofia quando se tem feito algo bom no passado. E despois todo consiste em deixar-se levar pola senectude e argalhar os mais divertidos desvairos, que de seguro haberám de ser louvados graças à "carta branca" obtida nos tempos propícios.

Dei chegado a esta conclusom logo de observar vários casos ao longo de vinte-e-tantos anos de anódina existência. E o tal Steiner nom ia ser excepçom que confirmar a regra, ou?

Diz Steiner (a piques de cumprir os oitenta anos, por certo) numa recente entrevista no jornal espanhol(ista) El País:

Cuando el asunto del IRA estaba llegando a su fin, publiqué un artículo considerando que con ETA pasaría lo mismo. Y no, ETA sigue matando. ¿Cuál es su opinión al respecto? No lo sé. Ese idioma tan misterioso es muy raro, muy poderoso. Quizá por eso a alguna de esa gente le resulta tan imposible aceptar el mundo exterior. Pero no estoy seguro de nada.

¿Insinúa que el idioma es la raíz del problema? Quizá. Pero, cambiando de tema, me han dicho que hay una universidad en España en la que es obligatorio hablar en gallego.

Igual que es obligatorio en Cataluña compartir el catalán con el castellano. ¡Pero no me compare el catalán con el gallego! El catalán es un idioma importante, con una literatura impresionante. Pero el gallego ¿por qué ha de ser obligatorio en una universidad?

Porque dicen que es una parte esencial de su identidad. Pero eso significa que vamos a seguir dividiéndonos en pequeños grupos regionales, y eso despierta el odio étnico, como el que existe en los Balcanes. ¡Fíjese también en lo que está ocurriendo en Bélgica!

Resulta curioso como o ser humano faz justo o mesmo que criticou antes sem se decatar. Diz Steiner na mesma entrevista:

En la universidad en la que trabajaba solía venir a cenar Henry Moore, el escultor británico. Cuando abría la boca para hablar de política o de otros temas, decía estupideces. Pero cuando hablaban sus manos, te dabas cuenta de que era un gran creador.

Por que nom falas de literatura comparada, Steiner, e guardas um elegante silêncio a respeito daquilo que desconheces? Eu próprio respondo, se me permitirdes: Porque quando um é admirado pode dizer case qualquer cousa que nada se lhe vai apor: "La traducción simultánea es como un orgasmo. Estoy muy orgulloso de esa idea. Es divertida." É tam divertida, Steiner, que vai chegar um estudante, vai colher essa ideia e vai fazer um tratado com ela. Porque o mundo é dos babecos e ninguém sabe discernir côdea de miga. E sabe por que? Porque há pânico a rebater e a discutir (no sentido primigénio da palavra), principalmente por duas cousas: por medo a meter a zoca e por um mal entendido respeito "intelectual".

Antes dizia-se que as pessoas mais inteligentes eram as que ficavam caladas e falavam justo o imprescindível. Hoje é mais admirado quem é capaz de citar seis frases célebres numa conversa (Steiner atingue as seis citando Heidegger, Borges, Beckett, Derrida, Walter Benjamin e Hegel).

O caso é que no conjunto da entrevista, quando o amigo George fala do que si tem uma ideia mais achegada, do que conhece empiricamente, aí está muito mais lúcido: as mudanças diacrónicas nos gostos literários, como lhes afectam as novas tecnologias aos géneros literários, a figura do professor como transmissor e nom criador (papel tam refugado actualmente no "sistema" universitário), etc.

Mas o "intelectual" reconhecido é um ser infatigável, e gosta de reflexionar de maneira fugaz e deslumbrante (despois os seres ávidos de palavras rechamantes reduzem-no a titular ou elevam-no a "verdade"): "¿Qué pasará cuando los jóvenes tengan que cuidar y alimentar a tanta gente mayor? La próxima guerra civil puede ser ésta [...] Quizá la próxima crisis sea generacional, [por ahora] estamos conteniéndola, hoy los jóvenes no andan por ahí asesinando a los viejos. En ciertas culturas esquimales lo hacen." Há filósofos que lhe dam certa importância ao contexto, outros, se cadra, importam-se menos...

Steiner é um ser desses chamados "especiais" ou incluso "magistrais". Mas (e já que logo o título do capítulo desta secçom bem poderia ter sido: "Quando el mundo gilipollas habla de...") ninguém é infalível, porque é impossível. E Steiner foi infalível até que falou do que desconhece. E por isso sabemos que é humano, porque fazer isso é o desporto mundial mais practicado.

Saúde!

NOTA: Achego interessante comparança entre Steiner e o futebolista do RC Deportivo da Corunha, Sergio "pasitos" González, nesta ligaçom.

1 comentários:

Anónimo disse...

Vaiche boa.....!

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